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Educação - Empreendedorismo
Educação | Despertar para novos valores e avançar
O ambiente pós-crise financeira, no qual o país encontra-se bem posicionado para receber investimentos do mundo todo, tem despertado o debate nos mais diversos setores sociais, governamentais e empresariais sobre estratégias para evitar que se perca esta grande oportunidade de se desenvolver. Para confirmar a expectativa, basta ler a revista inglesa The Economist, de novembro, que traz na capa o título Brazil takes off (Brasil decola), ilustrado pelo Cristo Redentor sendo lançado ao espaço como um foguete. A previsão é que o país se torne a quinta economia do mundo até 2014.
Márcio Miranda, especialista em vendas e negociações, pergunta se os empresários, executivos, líderes de equipes e profissionais liberais estão preparados para esta mudança. “Ao ler a reportagem da revista fui invadido por um sentimento patriótico que me encheu de orgulho. Ver o Brasil em situação privilegiada é, afinal, um sonho que se concretiza. Mas não posso negar que também senti o peso da responsabilidade, uma forma mais branda de dizer medo”.
O consultor chega inclusive a brincar com a mensagem do Brasil potência: “E a sua empresa, também decolou? E você, como empresário, está fazendo tudo que precisa para decolar? Eu recomendo que não espere muito. Se você não começar agora mesmo a traçar objetivos para saber onde vai querer estar em 2014, definir estratégias que possam levá-lo a atingir os objetivos e começar a agir imediatamente, correrá o sério risco de nadar… nadar… para morrer na praia. Ou ainda, usando a analogia do foguete, você decola, fica sem força depois de alguns minutos e se estraçalha na terra...”
De fato, micros, pequenas e médias empresas precisam se atentar à movimentação e adequar linguagens de gestão, de processos e visuais se quiserem sobreviver. O que exige rapidez e posicionamento seguro, dois aspectos difíceis de administrar diante de tantas incógnitas que ainda turvam esse cenário aparentemente otimista para quem o vê de fora, mas cheio de problemas, se analisado de perto. Mesmo assim, não se pode negar que o momento é estimulante.
Instituições de classe, como a Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), têm trabalhado com seus associados para ajustar os mecanismos de ação em um mercado que exige gestão de qualidade, com tecnologia limpa, produtos e serviços com maior valor agregado, resultantes de pesquisas, facilidades no atendimento, com ferramentas de última geração, velocidade na solução dos problemas, com profissionais qualificados. Ou seja, as empresas precisam se sintonizar às expectativas dos consumidores, que tendem a ficar mais criteriosos, o que requer dos empreendedores dedicação e estudo.
A Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) tem se pautado por propostas que apresentem soluções práticas ao mercado das pequenas empresas. O professor Fabio Mestriner, Coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem, cita a embalagem como um exemplo aparentemente simples que agrega valor e eleva o status de qualquer produto. Segundo ele, sem altos investimentos as embalagens podem ser utilizadas para um programa de inovação que não demanda ainda novas tecnologias e pesquisas. “Isto porque o conceito de inovação na embalagem pressupõe inovar pelo caminho mais fácil, por aquilo que está mais próximo da realização”.
Os exemplos acima são pequenas amostras que servem como norte àquele que busca orientação para não ficar a ver navio enquanto a nave Brasil, um tanto quanto cambaleante, avança no espaço. Há especialistas que são bem mais severos com a realidade nacional que os ingleses. E veem limitações de toda natureza para o país de fato ter uma boa performance em sua viagem, sem se esfacelar ao se deparar com as barreiras naturais do percurso, como competitividade com qualidade.
Além das limitações no ensino, para esses especialistas, o Brasil precisa passar por um choque de gestão na administração pública, investir em infraestrutura, melhorar suas estradas e sistemas de escoamentos de mercadorias, superar a burocracia, com menos papéis e carimbos, flexibilizar o modelo de contratos trabalhistas, permitir relações que não engessem acordos entre empregador e empregado, reduzir o ímpeto tributário, com menos impostos. É o malfadado “Custo Brasil”, que tanto tem contribuído para manter a economia no atraso em relação às grandes potências.
É de olho nesse panorama repleto de problemas e oportunidades que os empreendedores devem se planejar e agir, sem ilusão e ceticismo. Porque quem permanecer acomodado e não se capacitar e capacitar seus colaboradores corre o risco de ficar para trás, sonhando com um país que poderia ter sido, mas não foi.
· Fatores de desempenho:
Ø Capacitação
Ø Inovação
Ø Adequação de processos
Ø Gestão transparente
Ø Equilíbrio organizacional
Ø Logística
Ø Visão sistêmica
Matéria editada em janeiro | 2010
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